Algoritmos e big data preveem desejo da audiência, e produtoras devem apostar em nichos, defende especialista

Em disputado painel do RioContentMarket 2017, a diretora do Lab245, Maria Luiza Reis, abordou o tema ‘Algoritmos & Consumo’, durante o primeiro dia do maior mercado audiovisual na América Latina.

Engenheira de formação, a especialista em análise de big data tem trajetória em campos que já utilizavam algoritmos para prever falhas em motores, anulação de ruídos em ambientes internos e exames de tomografia. Mas atualmente, canais de TV, plataformas de streaming e redes sociais têm usado essa tecnologia de maneira ostensiva. Ela explica: “algoritmos oferecem uma previsão periférica do que está acontecendo do lado de dentro. Sempre existiram pessoas que, pelo feeling e experiência, apostavam em um ou outro produto, conheciam os nichos. A diferença é que agora o consumidor está deixando cada vez mais rastros ao pesquisar no Google, comentar no Facebook ou, por exemplo, assistir até o final uma série no Netflix em um determinado horário. É como se o aumento de informações tornasse a previsão cada vez mais exata”. Maria Luiza sintetiza o avanço dessa tecnologia explicando que a estatística, no passado, apresentava uma tendência média. Com o big data, conjunto de tecnologias do qual fazem parte os algoritmos, é possível apontar o que cada usuário pensa.

“A indústria audiovisual precisa investir cada vez mais em projetos que permitam capturar dados, e rodar algoritmos, para agradar mais a audiência”, defende. “Há muita gente no mundo e todo tipo de gosto, mas é necessário saber quem gosta do quê, e oferecer o produto para a pessoa certa. É isso que o big data faz”, explica Maria Luiza. Para ela, o segredo está em fazer combinações inovadoras para encontrar nichos cada vez mais rentáveis. O painel recebeu intervenção de Tiago Mello, diretor da Boutique Filmes e produtor executivo da série ‘3%’, a primeira produção brasileira para o Netflix.

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