Público lotou espaço exclusivo para participar de rodadas de negócios e de painéis com temas relevantes do mercado audiovisual
O Brazilian Content, programa internacional da BRAVI realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), finalizou sua participação no Rio2C-RioContentMarket com saldo extremamente positivo: foram mais de 350 encontros de negócios, com 66 produtores nacionais e 38 players internacionais, além de 12 palestras focadas no mercado audiovisual, clínicas e matchmakings, totalizando 431 reuniões e resultando em fechamentos de negócios.
A Sala Brazilian Content, espaço exclusivo no evento, ficou lotada 100% do tempo. Entre os encontros, foram 134 reuniões de matchmaking com Chile e Argentina e 30 com a especialista em distribuição de conteúdo infantil Ling Ding (China). A aproximação resultou em negócios, como acordo entre a brasileira Visom Digital e a chinesa Mango TV para aquisição, troca de conteúdo e coprodução.
Os painéis também movimentaram a sala, com assuntos atuais e de relevância para o mercado, a exemplo do painel Mercado Audiovisual Chinês – Apresentação de estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). País de densidade demográfica continental e alto índice de urbanização, a China é, atualmente, o maior mercado de produção audiovisual do mundo.
De acordo com o estudo Euromonitor, apresentado por Igor Celeste, coordenador da gerência de estratégia de mercado da agência, o rendimento da bilheteria de filmes no país passou de US$ 4,5 bilhões em 2014 para US$ 8,4 bilhões em 2018. O mercado do país, além de crescente, é dinâmico. A China já possui 9,9 mil salas de cinema e 55 mil telas, sendo 80% delas equipadas para receber produções em 3D. Em 2014, o audiovisual empregava 483 mil pessoas, número que em 2017 chegou a 504 mil.
Os Estados Unidos são responsáveis por 80% das produções estrangeiras que entram no país, com produtos dos segmentos de ficção e ação. Em seguida, estão países europeus, como França e Reino Unido, com produções de crimes e mistérios. O Japão e a Coreia do Sul chegam em terceiro lugar, exportando animações para os vizinhos. A produção local também se destaca dentro do mercado. Em 2017, foram realizados 970 filmes por 12 mil empresas. Os filmes nacionais representam 82% das produções no país, o que equivale a 58% da bilheteria.
Outros temas também rechearam a agenda do espaço do Brazilian Content, incluindo criação, produção e venda de formatos para o mundo; políticas públicas de cultura; film commissions e mulheres no audiovisual. De acordo com Rachel do Valle, gerente executiva do programa, a participação no Rio2C deste ano reforçou a discussão de conteúdos e a criação de ambiente para facilitar negócios. “A internacionalização de nossos conteúdos depende de fatores como conhecimento, experiência, relacionamento e oportunidade. O Rio2C não só reúne um ambiente ideal, como é catalisador de novos negócios. Na Sala Brazilian Content, conseguimos discutir tendências, analisar dados e, claro, aproximar produtores e players. O público superou nossas expectativas”, afirmou.
Os números comprovam que o mercado internacional tem sido a cada ano mais promissor. Em 2018, empresas associadas ao Brazilian Content fecharam US$ 45 milhões entre coproduções, licenciamentos e prestações de serviço para clientes estrangeiros, um aumento de 35% sobre o ano anterior.
O Rio2C aconteceu de 23 a 28 de abril na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. O evento mostrou que continua a ser um grande agregador do setor e que já está consolidado como plataforma de lançamento preferencial de conteúdos nacionais, como séries e reality shows. Com nove anos de existência, sete deles como RioContentMarket, e renomeada para Rio2C – Rio Creative Conference a partir da edição de 2018, a iniciativa dobrou de tamanho esse ano, passando de 492 palestrantes para mais de mil e registrou mais de 1.500 rodadas de negócios.
