ICAB realiza pesquisa sobre a história da produção independente no Brasil

O Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (ICAB), lançado na última quinta-feira, 13, durante o MediamorfosisBR, apresentou uma de suas primeiras iniciativas: a realização de uma extensa pesquisa sobre a História da Produção Independente no Brasil, coordenada pelo jornalista e diretor Gabriel Priolli. A ideia é produzir um amplo relatório sobre o histórico do setor e, para isso, ele trabalha com o apoio das jornalistas e pesquisadoras Angélica Moura e Marcia Maresti, que estão consultando bibliotecas, bancos de imagem, arquivos de jornais e acervos particulares, em busca de informações sobre todas as formas de produção de imagem eletrônica desenvolvidas no Brasil, fora das emissoras de TV. Trata-se de um material inédito com previsão de lançamento para 2016.

“A história da produção independente é um território quase virgem’, diz Priolli. “O grosso da informação disponível é fragmentária, está dispersa no noticiário jornalístico de muitos veículos distintos e em trechos de livros de memória ou de pesquisas acadêmicas. Falta exatamente o produto que vamos fazer, um estudo completo, integrado, minucioso, daquela produção audiovisual voltada à televisão, mas que não foi feita por ela, pelas empresas de radiodifusão”.

O pesquisador observa que, para a produção independente de televisão se efetivar, é necessário que empresas de fora da radiodifusão tenham acesso a câmeras, ilhas de edição, mesas de áudio e toda a tecnologia de captação e registro de imagens e sons. Isso só se tornou factível, em larga escala, na década de 1980, quando foi introduzido no Brasil o sistema de gravação em videocassette U-Matic. Até então, todo o equipamento era caríssimo, exigindo um volume de capital indisponível nas pequenas e mesmo nas médias empresas.

“A pesquisa vai levantar elementos sobre tudo isso”, diz Priolli. “Mas o conceito de vídeo independente começa a existir de verdade depois do U-Matic e depois do surgimento do mercado do home-video, em 1982, com o primeiro videocassette nacional, o VHS da Sharp. E só agora, depois da Lei 12.485 de 2011, que instituiu as cotas obrigatórias de conteúdo brasileiro na TV paga, estamos vendo, de fato, a produção independente organizar-se como um segmento realmente profissionalizado.”

O relatório da pesquisa estará finalizado em dezembro deste ano. Quem quiser colaborar com informações, materiais e depoimentos pode contatar os pesquisadores pelo email livro.abpitv@gmail.com

Saiba mais sobre a pesquisa no LINK

Clique e acesse o site do ICAB.

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