Limitações dos recursos e processos burocráticos atrapalham negociações entre independentes e canais internacionais

Canais internacionais têm bons retornos com conteúdo nacional, mas ainda enfrentam algumas dificuldades para o cumprimento das cotas impostas pela Lei 12.485

 Representantes de canais internacionais que precisam cumprir cota de conteúdo nacional estiveram no RioContentMarket na manhã desta quinta-feira, 13. Eles foram unânimes em relação aos benefícios da programação brasileira na grade, mas ainda têm ressalvas em relação ao processo para o cumprimento das cotas. O primeiro deles é o excesso de burocracia e o tempo que se perde entre a aprovação de um projeto e a aprovação e liberação de recursos para filmá-lo.

“É um complicador do Fundo Setorial do Audiovisual, não contar com o dinheiro imediatamente para a grade. O que o canal precisa agora é diferente do que precisará em seis meses”, destaca Krishna Mahon, produtora executiva do History, A&E e Bio. Roberto Martha, diretor sênior de produção da Viacom também aponta para a insuficiência dos recursos. “O FSA é importante para o setor, mas não é abrangente o suficiente para essa demanda. Isso nos preocupa. Existe uma preocupação dentro da empresa quando se vê que produzir em outros mercados é mais eficiente. Isso pode fazer com que fiquemos limitados à cota e a ideia não é se limitar à cota, mas extrapolá-la”.

Mônica Pimentel, vice-presidente de conteúdo da Discovery Networks, chamou a atenção para a carência da entrega de projetos bem estruturados. “A criação e desenvolvimento de formatos ainda é um dos nossos grandes desafios. Às vezes precisamos refletir se é viável uma obra”, disse. Para Silvia Elias, diretora de conteúdo local da Turner, a lei é vaga em alguns pontos, o que gera certa insegurança para investir em determinados projetos. “Tem várias coisas da Ancine que não está escrito em nenhum lugar. Não se tem consistência e segurança jurídica para investir. Não tem um cronograma que possa ser seguido”, observou.

Alberto Nicoli, VP sênior da Sony Pictures Television do Brasil, também participou do debate e comentou sobre a patrulha em cima da repetição de conteúdos. “É bom separar a reprise dentro do canal da exibição dos mesmos conteúdos em vários canais simultaneamente. Somos os nossos regulamentadores e sabemos o que a audiência está falando para a gente em relação à repetição”, explicou Nicoli.

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