Manoel Rangel faz balanço dos 15 anos de Ancine e destaca os desafios para os próximos anos

O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, esteve no RioContentMarket na quarta-feira, 8, para um balanço sobre os 15 anos da agência e desafios para os próximos anos. Rangel tem um pouco mais de dois de meses de mandato e fez uma avaliação positiva dos acontecimentos enquanto esteve à frente da Ancine, destacando a necessidade de dar continuidade ao trabalho consistente porque ainda há muito a conquistar. E usou uma metáfora: “Fazer política audiovisual é como andar de bicicleta, se parar, cai; se não for flexível, cai”.

Uma das maiores conquistas e desafio ao mesmo tempo, é o mercado de licenças. Segundo o diretor-presidente da agência, é preciso buscar mais equilíbrio nas parcerias entre TV e produção. A Lei 12.485 trouxe grandes benefícios para a relação entre produtores e executivos de televisão Em 2016, foram veiculadas 87.902 horas de conteúdo independente brasileiro em canais de TV por assinatura, o que representou 10,9% de toda a programação de canais de espaço qualificado. São 104 canais que cumprem cotas de conteúdo nacional atualmente.

Estimular a produção regional também deve estar na pauta da agência para os próximos anos. Uma iniciativa nesse sentido foi a criação do PRODAV TV Pública. O primeiro edital rendeu 249 horas de programação para 199 TVs públicas envolvidas nas chamadas. Os produtores já estão negociando uma segunda janela para as produções com a TV paga. Uma segunda edição do edital está em andamento e Rangel disse que a uma terceira está prevista.

Entre os pontos a serem desenvolvidos, Rangel mencionou ainda a necessidade de um marco regulatório para os serviços de VOD. Um levantamento feito pela agência em 2016 mostrou que há 16 serviços de vídeo on demand em atuação no Brasil. “Os agentes econômicos atuantes nesses serviços são dos mais diversos setores. É um desafio dar uma atenção especial ao marco regulatório e acompanhar a tecnologia e a relação dos consumidores com o serviço”.

O fortalecimento das distribuidoras brasileiras deve seguir como prioridade na pauta. “É imprescindível fortalecer as distribuidoras brasileiras e ampliar alternativas de distribuição. As distribuidoras brasileiras são responsáveis por mais de 80% dos títulos em cartaz”, destacou Rangel. A produção de filmes brasileiros tem crescido nos últimos anos e a expectativa é que em 2017 seja superada a marca dos 143 filmes nacionais lançados em salas de cinema em 2017.

Se a distribuição precisa ser fortalecida, a exibição também merece atenção especial. Segundo Rangel, é preciso estimular e dar suporte aos pequenos exibidores. Atualmente, o país conta com uma sala de cinema para cada 65 mil habitantes. “A situação ainda é ruim, mas já é uma melhora”, diz.

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