No RioContentMarket, executivo da France Télévisions deu dicas de como ingressar no mercado francês

Hervé Michel, diretor para Assuntos Internacionais da France Télévisions foi um dos participantes do RioContentMarket, apresentando dicas para produtores interessados em ingressar no mercado audiovisual francês. Além disso, fez uma análise de como se configura o mercado atualmente. “De 2005 até agora a TV francesa mudou muito, e passamos por momentos turbulentos”. A razão foi a chegada da televisão digital, que multiplicou os canais no país. “Até 2005 eram sete redes. Agora são 25 canais gratuitos, e todo o marketshare foi modificado.” Mesmo assim, para se ter uma ideia da abrangência do grupo de Michel, o France 2, um dos canais da rede representa 14% de todo o mercado.

 

“O audiovisual francês é bastante regulado, e funciona por um sistema de cotas. Por exemplo, uma porcentagem da receita precisa necessariamente ser aplicada em dramaturgia, documentários, animação, artes performáticas ou filmes. Já a transmissão de conteúdo deve ser, necessariamente, 60% europeia”. As transmissoras também não podem produzir conteúdo qualificado. Produções originais só podem abordar esportes, notícias e alguns modelos de programas de variedades. Por causa disso, a produção independente na França conta com cerca de 900 produtoras. “Elas são a chave para entrar no mercado francês”, explica Michel. Além disso, a coprodução com uma empresa francesa é obrigatória para o ingresso no país.

 

A ficção representa 61,5% da produção, uma fatia de mercado de € 518,3 milhões. Em segundo lugar vem o documentário, com 22%, € 186,8 milhões. Entretanto, por conta de especificidades culturais, Michel expressa “minha dica pessoal é: procurem parcerias para documentários, sejam eles para venda direta ou coprodução. O mercado francês ainda está se desenvolvendo em termos de coprodução internacional, mas precisaremos cada vez mais de novos parceiros”.

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