A Grande Sala Rio2C recebeu, na manhã desta sexta-feira, Mauro Garcia, presidente da Bravi, e Christian de Castro, diretor presidente da ANCINE, para o painel “ANCINE apresenta: Audiovisual Público e Privado”.

O tema central de encontro refletiu o assunto que permeou todo o evento na Cidade das Artes: o Acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que interrompeu temporariamente as linhas de fomento para a indústria do audiovisual no Brasil.

Para abrir o debate, Mauro lembrou que a presença do TCU na atividade da indústria não é novidade. De acordo com ele, desde 2006 o órgão pede providências à ANCINE na estruturação e controle das prestações de contas das produções nacionais, motivo principal do embargo ao financiamento dos projetos.

Christian apresentou dados sobre o crescimento do mercado do audiovisual nos últimos anos. Segundo ele, a ANCINE, atualmente, é responsável por 2/3 das produções nacionais que ocupam as salas de cinema de todo o país. O aumento da produção impactou não só o recolhimento e a aplicação de recursos, mas também o quadro de funcionários. Em 2011, a agência dispunha de 284 servidores e fechou o ano de 2018 com cerca de 400.

O diretor da ANCINE apresentou detalhes sobre o Plano de Ação estabelecido no ano passado para melhorar a gestão. O pacote conta com mudanças no acompanhamento dos projetos, ampliação do quadro de servidores e ajustes no processo de prestação de contas.

Christian destacou a importância de encontrar novos caminhos para que o trabalho seja realizado com excelência. Na opinião dele, investir em novas tecnologias e técnicas, como análise de dados, é a solução, uma vez que o número de servidores concursados deve diminuir por conta de reduções no orçamento.

Mauro Garcia ressaltou, durante a conversa, que o setor de produtores do audiovisual precisa e quer se aproximar da agência reguladora para participar dos processos e definições de ações, na intenção de contribuir e não ser novamente surpreendido pelo embargo ao fomento.