Há 20 anos, um grupo de produtores do Rio de Janeiro decidiu criar uma associação capaz de reunir as produtoras independentes que originalmente produziam obras audiovisuais para TV. A ideia era ocupar as grades dos canais da televisão brasileira com produções originais independentes. Nascia ali ABPITV, hoje BRAVI- Brasil Audiovisual Independente, hoje com 660 associados, distribuídos por 21 unidades da Federação, nas cinco regiões do Brasil.
Duas décadas se passaram e a BRAVI consolidou seu papel de protagonista nos mais diversos debates – da legislação do audiovisual brasileiro, como no caso da Lei 12.485, passando pelo estabelecimento do papel da ANCINE até a garantia da propriedade intelectual das obras produzidas pelos produtores independentes, além de outras tantas pautas necessárias à atividade.
Para Mauro Garcia, presidente executivo da associação, a multiplicação de conteúdos audiovisuais, apoiada pela diversificação dos recursos públicos diretos ou indiretos de fomento, casou-se em relação de causa e efeito com o hábito de consumo audiovisual do brasileiro. “Isso gerou a enorme e relevante presença da produção independente nos canais de TV por assinatura, em algumas emissoras de TV aberta e também em coproduções internacionais”.
O trabalho de profissionalização das produtoras independentes, promovendo capacitação especialmente fora dos grandes centros, foi um ingrediente significativo nesse processo de ocupação das grades de programação de canais e programadoras. “Desde o início, a BRAVI se preocupou em investir na capacitação e atualização profissional para fortalecer o setor audiovisual em todo o país. Acionamos parceiros do Brasil e do exterior sob diferentes óticas – da narrativa ao conhecimento jurídico. Com isso, ganhamos capilaridade com os agentes locais de tantos sotaques e vocações, ampliando a representatividade para fora do eixo Rio-São Paulo”, conta Garcia.
Paralelamente, a associação dedica-se a intensificar o relacionamento com outros agentes da cadeia produtiva do audiovisual em todos os estados brasileiros e também no exterior. Segundo Garcia, estreitar a relação dos produtores independentes brasileiros com distribuidores, canais de TV aberta ou por assinatura, provedores de vídeo por demanda, agregadores, criadores, artistas, patrocinadores, acadêmicos, mídia e autoridades tem sido de fundamental importância para a evolução do setor.
Nesse cenário, o Brazilian Content programa internacional da Brasil Audiovisual Independente (BRAVI), criado em 2004 e realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), também tem tido um papel preponderante. Com o objetivo de promover o conteúdo audiovisual independente no mercado internacional, o BrC viabiliza parcerias entre empresas brasileiras e estrangeiras (por meio de coproduções, vendas e pré-vendas para canais de TV, internet, telefonia celular e novas mídias). Por iniciativas como essa, o Brasil hoje é considerado um importante mercado no cenário internacional e integra o plano de negócios de coprodução de inúmeras TVs e produtoras.
“Mas como o tempo não para, os desafios continuam surgindo, intermináveis e diários. As novas tecnologias exigem que nos reinventemos, seja em narrativas, formatos, modelos de negócios, seja em comunicação e medição de audiência”. Exatamente por isso, de acordo com Garcia, a BRAVI mantém o foco em qualificar permanentemente as empresas produtoras, profissionais, estudantes e recém-chegados a esse mercado. “Costumo dizer que o mote da BRAVI para os próximos 20 anos é ‘De volta ao futuro’. Se quisermos nos manter independentes e criativos, precisamos nos reinventar constantemente”, finaliza.
BRAVI – Brasil Audiovisual Independente. Fundada em 01/06/1999
Confira o ANUÁRIO BRAVI 2018-2019 – Edição comemorativa 20 anos
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