Plataforma de cinema sob demanda pode otimizar ocupação de salas de cinema

Após seu lançamento no RioContentMarket – RCM 2016 em março, a plataforma Kinorama de cinema sob demanda agora se prepara para iniciar suas atividades logo no início do segundo semestre deste ano. A solução fundada por Raphael Erichsen, em parceria com a Taturana e oCatarse, tem o objetivo de ser um meio para filmes que não chegariam ao circuito exibidor normalmente de também terem espaço na telona sem atrapalhar a programação do complexo nem competir com blockbusters. A plataforma também pode ser usada para criar sessões de longas com demandas retardatárias.

O título do primeiro filme a ser exibido por meio da plataforma de crowdfunding (financiamento coletivo, em tradução livre) – também conhecida como ticketfunding por se relacionar com o cinema – será anunciado ainda neste mês, no dia 27. Já a exibição deve ser agendada para julho, quando a solução deve ser aberta ao uso de todos os interessados.

“Acreditamos muito na experiência coletiva da sala escura e queremos fazer com que o cinema seja um ponto de cultura, de contato. Precisamos formar mais espectadores e fazer com que as pessoas tenham hábito de ir ao cinema. Por isso, temos de levar para o exibidor o filme que não está lá. Porque o título que está nas telonas, já tem seu público”, explicou Erichsen em entrevista ao Portal Exibidor.

Confira na íntegra o bate-papo com o produtor da 3 Film Group, empresa que é também a incubadora da startup Kinorama:

Como surgiu a ideia do Kinorama?

Eu sou produtor e realizador da 3 Film Group e, em 2014, lançamos dois documentários: oRadical – A Controversa Saga De Dadá Figueiredo, biografia de do surfista Dadá Figueiredo, e oIlegal, que entrou em 25 salas de exibição e ficou entre as maiores bilheterias de documentário de 2014. Já o Radical não conseguimos fazer com que chegasse aos cinemas. O filme participou de festivais internacionais, ganhou prêmios em Portugal e em New York, mas, no Brasil, pela falta de dinheiro e pela maneira como a cadeia exibidora é feita, não entrou nas salas de cinema. Hoje em dia tem essa correria muito grande: você entra em cartaz e tem que “performar” muito rápido para conseguir manter a produção em cartaz. Entendo que isso se dá pela forma que o circuito é feito, que é a mesma maneira pela qual ele é feito há muito tempo: sem aproveitar o que temos disponível hoje para fazer as coisas por demanda.

E aí surgiu a ideia de criarmos uma ferramenta para termos acesso às salas de cinema, principalmente pelo ponto de vista do produtor. Mas quando começamos a falar com outros players do mercado, vimos que uma série de outras demandas estavam reprimidas.

Fonte: Exibidor