Portugal e Brasil vão realizar em Lisboa feira de conteúdos audiovisuais

Lisboa irá receber no próximo ano uma nova versão do Rio Content Market, evento que no Brasil já teve cinco edições. O objetivo é ampliar a divulgação pelo mundo fora de conteúdos audiovisuais de língua portuguesa.

Portugal irá receber em junho do próximo ano a primeira edição do Rio Lisboa Content Market, um evento que replicará na capital portuguesa a experiência da feira Rio Content Market, para promover a difusão de conteúdos audiovisuais de língua portuguesa pelo mundo fora.

A Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (BRAVI) e o Instituto de Cinema e Audiovisual de Portugal (ICA) formalizaram segunda-feira um acordo para a realização do I RioLisboa Content Market, evento previsto para junho de 2016, no Parque das Nações, em Lisboa.

A assinatura do acordo de ação aconteceu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, e integrou a agenda oficial do secretário de Estado da Cultura de Portugal, Jorge Barreto Xavier, e do ministro de Estado da Cultura do Brasil, Juca Ferreira.

“O Rio Lisboa Content Market nasce da experiência consagrada das cinco edições do RioContentMarket e dos Projetos Audiovisuais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que a BRAVI coordena. O evento terá entre seus principais objetivos difundir e ampliar a participação dos conteúdos audiovisuais dos países de língua portuguesa no mundo”, informou a BRAVI em comunicado.

O primeiro Rio Lisboa Content Market deve acontecer no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa, que abrigou há 17 anos a exposição mundial de Lisboa (Expo 98).

A visita do ministro brasileiro da Cultura a Lisboa serviu, segundo nota divulgada pelo Governo brasileiro, para aprofundar a cooperação com Portugal. “Entre os assuntos debatidos estiveram ações na área do livro e da leitura, intercâmbio artístico, regulação da internet, preço mínimo dos livros e conservação de patrimônio”, indica a nota.

O fortalecimento da língua portuguesa foi um dos temas de destaque do encontro entre Juca Ferreira e Jorge Barreto Xavier. O ministro brasileiro afirmou que para se construir uma ortografia comum é necessário compreender a complexidade dos países de língua portuguesa. Juca exemplificou o caso de nações africanas que falam o português, onde, muitas vezes, convivem diversos idiomas no mesmo território.

“É preciso convocar os países que utilizam o idioma para retomar o processo de fortalecimento da língua. O português precisa ser uma língua de trabalho das Nações Unidas, precisa ter uma presença muito maior na internet. Essas são políticas que o mercado não constrói, é preciso que seja feito pelos Estados nacionais, e em cooperação”, disse Juca Ferreira.

Juca Ferreira e Jorge Xavier participaram ainda de um encontro com representantes da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e também com a direção do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) de Portugal. Um dos temas da conversa foi a necessidade de ampliar a produção conjunta e também a troca de conteúdos em língua portuguesa – incluindo crescimento e expansão da cooperação entre RTP e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Juca destacou o alcance da televisão pública portuguesa no país, que tem uma aceitação maior na sociedade lusa do que as emissoras públicas conseguem no Brasil. “É uma experiência que temos de prestar atenção, porque o Brasil teve uma história diferente na área da televisão. As tevês privadas de entretenimento, as tevês abertas, deram a tônica no Brasil”, comparou o ministro.

 

 

Fonte: Portugal Digital