No debate “Biografias: Público ou Privado?”, hoje, no RioContentMarket (RCM), Paulo César Araujo, autor da biografia “Roberto Carlos em Detalhes”, impedida de circulação, comentou: “a vida privada do Roberto Carlos foi a parte mais fácil de escrever, porque há 50 anos ela é estampada em revistas como Contigo e Amiga”.
Ele citou um exemplo: “Em 1972, quando lançou a música ‘Quando as Crianças Saírem de Férias’, o Roberto contou em entrevistas que os filhos atrapalhavam os momentos íntimos com a mulher. No meu livro, eu contextualizo, dizendo que o filho tinha quatro anos, a filha sete, e só. Aí, entra o advogado dizendo que eu violei o leito do casal. Mas foi o próprio Roberto que disse isso na época! Até porque ele é um autor autobiográfico – a imprensa não o procura para comentar política ou economia internacional”.
Já o cineasta Nelson Hoineff questionou o fato de a justiça considerar a produção artística como comercial e dar um tratamento diferente para o jornalismo. “Se fossem aplicados os mesmos princípios que sofremos, um telejornal não poderia mostrar imagens de um político recebendo propina”, imagens que, logicamente, jamais seriam autorizadas pelo contraventor. “Mas uma emissora comercial também não visa ao lucro?”, provoca.
Mediada pelo sócio da Cesnik, Quintino & Salinas Advogados, Rodrigo Salinas, a Vice-Presidente do Grupo Editorial Record, Sônia Jardim, também participou do evento.