Roteirista, criador e ator, Mark Gatiss tira dúvidas sobre séries Sherlock e Doctor Who

Roteirista de Doctor Who e um dos criadores de Sherlock, estrelada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman, série na qual também atua, Mark Gatiss pode ser considerado um patrimônio da TV britânica. No RioContentMarket, ele respondeu perguntas da jornalista Liv Brandão e do diretor e produtor Claudio Botelho no último dia do evento.

 

“Ambas as séries são ícones da cultura britânica, então é muito mais um privilégio do que pressão trabalhar em ambas”. Quando perguntado se fãs do cânone do detetive inglês sentiram-se incomodados com a versão atual do personagem, Gatiss declarou que “todo mundo que gosta de Sherlock Holmes sabe que ele não era um fóssil, ele é um homem de seu tempo, então faze-lo como um homem de hoje  foi uma comparação bastante direta. Mesmo assim, na primeira temporada fizemos um preview e um jornalista do The Independent  disse que não havia sentido em fazer um Sherlock Holmes sem lampião a gás, mas assim que as pessoas viram, entenderam, e jamais precisamos nos explicar. O mais importante é a relação entre Holmes e Watson”.

 

A escolha dos atores para o seriado também foi abordada, não sem arrancar alguns risos da plateia. “Mudaram um pouco o que eu disse. Eu havia dito que Cumberbatch é talvez o primeiro Sherlock Holmes sexy, mas as ilustrações dos livros sempre traziam um certo tipo de homem bonito. O que procurávamos na verdade era um visual byroniano, e não havia ninguém melhor que Cumberbatch. Para Watson, algumas pessoas leram textos com ele e Martin [Freeman] foi perfeito.

 

Gatiss também fez uma reflexão sobre a vitalidade de Dr. Who, que já tem mais de 50 anos de existência, e tem como tradição o rodízio de atores no personagem principal. “Acho que uma das razoes da longevidade é que ele sempre se reinventa, assim como Madonna ou eu com esse microfone. A série tem licença para se reinventar. É sobre um alien que sempre possui companheiros terrestres e na verdade são esses companheiros que refletem a audiência, que precisamos conhecer bem. Também não vejo como pressão fazer a série. Para mim, é  divertido e engraçado. Mas um dos poucos problemas de qualquer coisa no ar há tanto tempo é uma base de fãs que não quer que nada mude, e isso sim pode deixar tudo fossilizado. ‘Eu sei que isso aconteceu em 1971, mas por que não fazer de novo?’”.

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