Origens do conteúdo transmídia são exploradas no segundo dia de Mediamorfosis

Durante as palestras da manhã do segundo dia de Mediamorfosis, evento que o BTVP promove em parceria com a Apex-Brasil, o escritor, estrategista de conteúdo e designer de narrativas norte-americano Adam Sigel, mostrou que o conceito de conteúdos transmídia já existia muito antes das tecnologias digitais.

 

“Sempre fui um nerd, e comecei a acompanhar o que acontecia na internet quando criança, porque meu pai é professor universitário, e naquela época se você era acadêmico ou militar, tinha acesso às ethernets, e podia ter emails, encontrar jogos e outras bobagens. Acho que, quando pensamos em conteúdo transmídia, devemos pensar principalmente na experiência do público. Isso acontece desde o começo do cinema, quando ele era uma mídia nova. O cinema aliou diversos elementos: atores, música, o mis-en-scène”.

 

O convidado utilizou como exemplo também a estratégia do diretor Alfred Hitchcock para garantir imersão total da audiência quando lançou o filme Psicose, nos cinemas. “Na época, anos 60, o cinema estava em queda por causa da popularidade da TV, com a qual as pessoas começavam a ver filmes na metade. Contra isso, ele queria fazer algo realmente impactante, que só fizesse sentido se assistido do começo e criou uma campanha para que os cinemas não permitissem que o público entrasse depois do começo da sessão”. A estratégia se transformou numa espécie de marketing para Psicose, com figuras em tamanho real do diretor e sua voz nos lobbies dos cinemas, criando uma experiência do filme antes do mesmo começar.

 

Rodrigo Terra, da Associação EraTransmídia deu seguimento ao painel incentivando que os criadores revisitem seus portfólios no painel Trabalhar a propriedade intelectual: dando um passo para trás para pular à frente. “Pense sua história como um negócio. Precisamos pensar como as próprias indústrias pensam, e focar no cliente final. O empreendedorismo é essencial porque o conteúdo transmídia não acontece sozinho. Ninguém tem expertise suficiente pra abranger todas as mídias sozinho. Os parceiros são importantes”.

 

Terra também abordou as possibilidades de trabalho com franquias “Não quer dizer somente vender canecas do Star Wars. Mas como aquela caneca pode fazer sentido para que a história continue a ser contada? Precisamos também fazer perguntas ao nosso portfólio. Os Caça-Fantasmas fizeram 30 anos, e vão recontar a história com um novo filme. Essa ideia surgiu a partir de uma pesquisa da Lego, para saber quais linhas os fãs do brinquedo gostariam de ver”.

 

O BTVP é programa de exportação da BRAVI – Associação Brasileira dos Produtores Independentes de TV.

 

 

 

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