Reconhecido como um estúdio que participa de praticamente todas as fases do processo audiovisual (criação, desenvolvimento, produção, distribuição, aquisição), a canadense Entertainment One (eOne) possui um modelo de vanguarda no que diz respeito à coprodução internacional. Mas nem tudo são flores.
“Não é tarefa fácil satisfazer todo mundo”, afirma Carrie Stein, vice-presidente-executiva de Produções Globais da companhia. O caso utilizado para exemplificar as complexidades da coprodução foi a série ‘Ransom’, inspirada na vida real do negociador de sequestros Laurent Cambalbert. “A série tem um orçamento de US$ 3,3 milhões por episódio, e conta com quatro grandes canais como parceiros – TF1 na França (produção da Wildcats), Corus no Canadá (produção da Sienna), CBS nos EUA e RTL na Alemanha”. No caso francês, a produção conta com participação artística e financeira de 65% do Canadá e 35% da França. “A experiência nos serviu para aprender que os códigos são diferentes em cada país. Na França, por exemplo, um ‘OK’ não significa a assinatura de um contrato”, disse Stein.
Vanessa Steinmetz, vice-presidente-sénior de Produção e Financiamento, por sua vez, explicou os principais elementos a serem considerados numa coprodução: “Para nós, os requisitos são o financiamento, as contribuições criativas e técnicas, o gasto orçamentário e dividir propriedade intelectual e receita”.
Apesar de ser um processo complexo, que requer muita paciência e organização, para a eOne o modelo é frutífero tanto do lado criativo como no econômico. Mas o fator chave é o aprendizado. “Depende muito da experiência dos parceiros. No caso do TF1, que está começando a coproduzir, o canal dizia para o escritor: ‘Faça isto’. No caso da CBS, mais experimentada, o foco era colocado em solucionar o problema, pelo qual o escritor ficava com mais liberdade para trabalhar”, concluiu Stein.