Jornada da tarde do Mediamorfosis tem discussões sobre realidade virtual e inteligência artificial

A gerente-executiva do Brazilian Content, Rachel do Valle, moderou o debate Realidade virtual e games imersivos no Brasil, que expôs cases da tecnologia no país.

Ricardo Laganaro, que cria narrativas imersivas desde 2014, foi o primeiro a falar. O profissional versou sobre suas experiências com vídeos 360° e tratou do momento vivido pela realidade virtual hoje. “VR não é modinha, já virou parte da cultura. Ajuda a criar empatia, até a ONU percebeu que é mais eficaz fazer um vídeo colocando o espectador dentro da barraca de um refugiado do que um em 2D com a Angelina Jolie pedindo dinheiro”, afirmou. Já Rafael Ferrari, sócio-fundador do Skullfish Studios, empresa especializada em desenvolver conteúdo para realidade virtual, deu vários exemplos de games feitos no Brasil hoje, com iniciativas que vão de São Paulo a Manaus. “Não é um nicho concentrado no sul, temos um pessoal se dedicando aos games em Recife, em Tocantins”, disse ele, que trabalhou por quatro anos em Manaus.  O roteirista, diretor e montador Gui Tensol também integrou a discussão. Filmmaker premiado, também falou de sua experiência anterior ao digital (“Fiz literatura, depois teatro, o ápice do contato humano, antes de partir para o mundo digital”). Para ele, uma narrativa, uma história, é sinônimo de arte.

Ao ser questionado sobre as possíveis distrações que o ambiente VR podem causar no espectador, Laganaro usou a MTV como exemplo: “A MTV tinha uma pessoa te ensinando a assistir clipe. Meu sonho é fazer a MTV do VR”. “A gente tem que pensar muito claro qual gênero estamos transmitindo e deixar o espectador à vontade de entender o que ele está assistindo”, afirmou ele.

Inteligência artificial aplicada

Recém-nomeada executive delivery na IBM, onde exerceu a função de líder de cloud vídeo por cerca de um ano e meio, Fernanda Fronterotta apresentou o Watson, supercomputador desenvolvido pela empresa e que foi lançado à fama mundial em 2011, ao vencer humanos em um programa de TV nos Estados Unidos.

A aplicação da inteligência artificial, via Watson, pode ser presenciada, por exemplo, no SAC do Bradesco e no atendimento online da Hyundai. “O Watson era tão rápido que a empresa pediu para darmos um delay maior entre perguntas e respostas, senão os clientes não acreditariam na eficiência do atendimento”, contou. Segundo ela, uma das características do Watson é que ele consegue entender perguntas que excluem termos, diferentemente de mecanismos tradicionais de busca, por exemplo. “Se eu pedir fotos de animais menos de elefantes ele vai compreender completamente e não vai gerar fotos de elefantes.”

A profissional também ressaltou a importância do vídeo como linguagem. “O destaque do site da revista Time, que até outro dia tinha Magazine no nome, é hoje um vídeo”. Segundo ela, essa mídia democratiza e facilita o acesso do público.

 

 

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