Durante as palestras da manhã, no Mediamorfosis, evento que o BTVP, programa de exportação da BRAVI em parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), os palestrantes Oscar Raby e Mark Atkin, enfatizaram o quanto a tecnologia tem mudado a maneira de se contar histórias.
Raby é artista multimídia e diretor de Assent, documentário exibido em 2014 nos festivais de Sundance, IDFA eno Sheffield Doc/Fest, em que ganhou o prêmio da audiência para projetos interativos. O filme é baseado nas experiências de seu pai, que presenciou inúmeras execuções feitas pelas Forças Armadas Chilenas em 1973, quando um golpe militar derrubou o governo de Salvador Allende. O artista tem projetos no Museu da Memória e dos Direitos Humanos, no Chile, e na National Gallery de Victoria, na Austrália. Atualmente, ele dirige um estúdio de realidade virtual na Austrália, o VRTOV. Em 2015, Raby ganhou o pitching Arte International Prizeat Crossover Market no Sheffield Doc/Fest com o projeto Islands e levou um prêmio de desenvolvimento para o desenvolvimento da proposta de storytelling interativo. O artista apresentou seus projetos e destacou que a reinvenção da narrativa não está só no audiovisual, mas em outras plataformas também. Ele citou como exemplo o livro “Jogo de Amarelinha”, do argentino Júlio Cortázar, que pode ser lido de forma linear ou de outro modo, apresentando uma história totalmente diferente.
Outro palestrante da manhã foi Mark Atkin, premiado produtor independente com trabalhos para canais como BBC e Channel 4 e diretor do Crossover Lab. Ele trabalha com produtores e diretores de cinema e TV, desenvolvedores de jogos e web designers, preparando-os para se tornarem os produtores multiplataforma de amanhã, através de laboratórios e workshops. Ele lançou à plateia as seguintes questões: projetos interativos serão sempre de nicho? Por que é difícil financiar projetos multiplataforma? “A audiência gosta de interagir e gosta de autenticidade”, disse.
Ricardo Laganaro, da O2 Filmes, contou sobre as experiências da produtora no desenvolvimento de um filme de realidade virtual para o domus do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. Ele contou que a produtora também precisou aprender a trabalhar com esse tipo de projeto e desenvolveu um processo para alinhar conteúdo, narrativa e linguagem e técnica e prática.