A produtora Liz Rosenthal apresentou o painel O projeto é um protótipo: a construção de um produto cultural. A britânica mostrou que, agora, todas as mídias querem encontrar novos modelos, e as divisas entre mídias foram derrubadas pelo mundo digital, onde as histórias não existem mais em um único formato. “As histórias tornaram-se entidades vivas, compartilhadas, discutidas e remixadas. Nunca houve tantas maneiras de se contar uma história. Fãs e seguidores são a nova moeda. Pense na audiência primeiro, e depois na plataforma”.

Segundo ela, o desenvolvimento dos projetos tradicionais tinha foco em um só formato, com longo tempo de produção de roteiro, passando pelo financiamento, festivais, e só depois o mercado de distribuição. Isso, com sorte, tomaria cinco anos. Agora existe uma contraposição entre esse modelo centrado na plataforma e o modelo centrado nas pessoas, no público. Para Rosenthal, a valorização da “marca da história” substituiu o produto ligado a uma mídia apenas. O novo formato reduziu o processo para um ano.

O futuro da TV foi assunto de Carlos Queiroz (Fox), Salustiano Fagundes (HXD) e Roberto Moreira (produtora Coração da Selva). Os lados de canais, dos produtores, das novas tecnologias e dos consumidores foram abordados na mesa redonda.

Entre as análises, de acordo com o produtor Roberto Moreira “os usuários estão cortando o cordão umbilical, é o que a Disney percebeu ao perder 10% de seu valor. A indústria musical hoje é 25% do que era em 2001. De certa forma, esse futuro vai chegar na televisão. O que vai acontecer exatamente não sabemos. Mas a HBO, por exemplo, já entrou no mesmo esquema streaming do Netflix. Vamos ter, claro, o ao vivo que sempre vai ser forte. A telenovela tem muitos anos pela frente na TV aberta. Mas para o cabo, o destino é o streaming. Os métodos de produção, no entanto, vão continuar iguais”.

Foto: divulgação Mediamorfosis Br