Criador de Orphan Black: “Boas ideias não morrem”

Graeme Manson, criador, roteirista e produtor da série Orphan Black, deu entrevista ao canal Imprensa Mahon onde afirmou: “Se você tem uma ideia que você ama, e que você acha que é uma ideia realmente muito boa, mesmo quando ela for rejeitada – e isso vai acontecer –, nunca desista dessa ideia. Vá pra próxima, mas sempre mantenha a outra, apenas cozinhando ao seu lado. John Fawcett e eu trabalhamos no Orphan Black por dez anos”, disse.

Originalmente Orphan Black foi pensado para ser um longa-metragem, que eles achavam ser impossível de realizar por ser um projeto muito grandioso. Apenas quando a televisão se transformou com series como Six Feeth UnderOs Sopranos e Breaking Bad que a dupla teve a ideia de adaptar o roteiro para o formato de TV. Manson e Fawcett tiveram então o projeto de Orphan Black rejeitado por todos os canais do EUA e do Canadá, até que uma troca de posições dentro da BBC America mudou a sorte da série (e dos fãs).

Questionado sobre o que deve ser evitado quando se fecha contrato com uma rede de TV, Manson disse: “Isso é difícil, porque cada projeto é diferente. E todo canal pede por coisas diferentes, os negócios são diferentes… São coproduções agora, e é tão mais difícil quando você está produzindo, porque você às vezes você recebe revisões de quatro, cinco canais de TV por todo o mundo. E eles não conversam entre si. Eles te mandam cinco revisões diferentes, e cabe à você resolvê-las”. E a única forma de lidar com todas essas pressões, segundo Manson, é sendo diplomático: “Você tem que convencê-los de que você sabe o caminho. Se você consegue fazer esses executivos acreditarem em você, você está fazendo o trabalho deles mais fácil.”, afirmou.

Sobre coisas que os iniciantes em roteiro e produção devem evitar fazer Graeme respondeu, rindo: “Evite ser acionado na justiça, a todo custo. É bom saber quando largar um projeto. Eu disse que você tem que manter as ideias, mas às vezes… Às vezes você consegue achar seu caminho na arrebentação, e outras vezes você não terá como lutar para continuar nele. E se você continuar, você não gostaria de estar lá”, antes de concluir: “Evite história clichês, evite personagens estáticos. Sempre procure por personagens interessantes, procure reviravoltas e surpresas. Eu acho que as coisas mais interessantes nos personagens são suas contradições.”

Graeme disse que sua grande responsabilidade foi a de criar histórias fortes centradas em mulheres fortes: “Fomos fiéis às premissas e ao coração feminista da serie. Nós ouvíamos às mulheres à nossa volta quando falávamos das histórias. Foi uma ética de trabalho muito inspirada pela Tatiana [Maslany, atriz da série, que interpreta diversas personagens ao mesmo tempo]. Ela teve essa missão impossível, que ninguém tinha feito antes, e ela a concluiu. Trabalhou firme todos os dias e continuou trazendo cada vez mais e mais para esses personagens. Continuou procurando as reviravoltas e as surpresas nos personagens. Isso inspirou a equipe toda, e a deixou muito unida. Tatiana era uma verdadeira líder de nossa produção, de nosso set. E isso deixou eu me afastar, para liderar os escritores, enquanto John ficava focado na direção”, concluiu.

 

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