Coproduções e formatos à medida dos americanos

Trabalhar para atingir 300 milhões de pessoas requer uma estratégia bem definida. Esse é o caso dos canais ABC e AMC, que atuam, respectivamente, na TV aberta e na TV por assinatura dos EUA. Durante o painel “O mercado de língua inglesa”, que contou com uma potente representação feminina, as palestrantes comentaram alguns pontos-chave para entrar num dos maiores mercados do mundo através dos formatos e da coprodução.

“O que é importante na hora de vender um projeto para os EUA é manter as expectativas desde o início. No caso dos formatos, precisa ser uma ideia que não surja organicamente do mercado americano, algo realmente único”, recomendou Kelly Luegenbiehl, VP Internacional de Desenvolvimento de Conteúdos Roteirizados da ABC Entertainment.

Outro elemento a levar em conta é o ritmo. As executivas da ABC exibiram fragmentos da série Secrets & Lies e da versão original australiana, para mostrar como é preciso muita agilidade no momento de desenvolver a historia na tela. Inglaterra, Austrália, Canadá e Israel são os países com os quais a ABC trabalha mais frequentemente em coproduções e adaptação de formatos.

No caso do canal de TV por assinatura AMC, reconhecido por ser a casa da multipremiada Breaking Bad, a executiva Kristin Jones, diretora internacional de Aquisições, Coproduções e Formatos, colocou como exemplo a série Humans, formato sueco que o canal coproduziu com o britânico Channel 4, e que estreia na metade do ano nos EUA e no Reino Unido.

Segundo ela, os produtores brasileiros com intenções de produzir para os EUA devem  trabalhar diretamente em inglês. “Fiquei muito impressionada ao ver como territórios que antes não trabalhavam em inglês estão entrando em coproduções em língua inglesa, como a França e a região da Escandinávia. Espero que o Brasil também entre nesse grupo”, frisou Jones.

Ela destacou que o AMC tem um modelo flexível de recepção de projetos em vários momentos do ano. Já para apresentar projetos para o ABC, é desejável fazê-lo nos meses de junho e julho. “Nesse momento recebemos ideias, depois selecionamos projetos para produzir doze pilotos de drama e doze de comédia. A seguir decidimos quais ficam para essa temporada e quais vão para a próxima e por último realizamos nosso upfront, onde os anunciantes decidem como distribuirão seus orçamentos publicitários”, explicou Luegenbiehl.

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