Foi o que revelou o CEO do IBOPE Media, Orlando Lopes, em palestra hoje no RioContentMarket. E a ideia é que a medição comece já neste primeiro semestre. “Tudo depende da definição do conceito do que é ‘conteúdo gravado’, o que está em análise pelos órgãos competentes”, diz o executivo.
O passo seguinte do IBOPE é monitorar também a audiência de um mesmo conteúdo em outras plataformas, como o celular. “Assim chegaremos a uma audiência final consolidada que é soma da visualização do horário em que determinado conteúdo foi exibido na TV com a audiência em formatos distintos como a internet, através dos portais, ou o VOD (video on demand), no período que compreende três, quatro dias – ou até uma semana – depois da exibição inicial”.
Embora o número de pessoas que têm capacidade de gravar conteúdo ainda seja pequeno no Brasil – apenas 4% dos consumidores nacionais têm condições reais de acesso rápido a conteúdo VOD -, há cerca de dois anos, esse número não chegava nem a 1%. Isso por conta da ainda baixa qualidade de banda larga no país, a despeito do crescimento do acesso à internet. Segundo dados do IBOPE, desse universo de 4%, cerca de 68% dos usuários têm acesso ao Netflix.
Orlando explica que o IBOPE vê estrategicamente a internet como uma plataforma. O que, em outros termos, significa interpretar o papel do celular, por exemplo, como um meio de comunicação, concorrente com a TV. “Se um conteúdo é passado na TV, a gente quer entender como ele se reproduz nas outras plataformas, como celulares e tablets”.
Um dado interessante apresentado pelo executivo é que 26% do público avaliado acompanham programas de TV ao mesmo tempo em que acessam a internet por meio de outras plataformas, como o celular. Entre eles, 30% revelaram ter trocado de canal (ou mesmo ligado a TV, quando offline) para ver uma programação que foi sugerida enquanto navegavam em alguma rede social. “O conteúdo está cada vez mais líquido, em busca da mídia que melhor lhe sirva como recipiente”, conclui o CEO do IBOPE Media.