Milena Evangelista, Coordenadora de Cinema da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco e responsável pelo Funcultura Audiovisual, quando questionada em entrevista à Imprensa Mahon sobre qual o maior erro cometido pelas produtoras quando apresentam seus projetos, afirmou: “Elas se organizam, fazem o projeto todo bonitinho, mas às vezes não se preparam para a defesa oral”. Milena também avisa: “Nunca diga que não sabe de alguma coisa: ‘Não sei’, ‘não pensei, ‘isso é difícil.’”
O Funcultura Audiovisual existe há dez anos, e sua continuidade é um dos fatores que contribuem para a cinematografia pernambucana estar em tantos mercados e festivais, nacionais e internacionais. No edital 2016/2017 foram distribuídos R$ 21.150 milhões entre os 112 projetos selecionados, e a expectativa é que o deste ano, programado para abrir as inscrições em dezembro, seja ainda maior. “A gente tem vária linhas que as produtoras podem se inscrever e ganhar a grana: longas, curtas, séries, difusão, pesquisa e preservação. Não é mecenato, aprovado o projeto o dinheiro cai na conta direto para você pode fazer esses projetos, realizar o sonho de todos vocês.”, afirma Milena.
No Funcultura Audiovisual, produtores pernambucanos podem fazer parcerias com produtoras de outros estados. “A gente acha legal fazer coproduções. As barreiras estão acabando, quem está na Finlândia está na China também”, diz Milena. Para a coprodução funcionar, a produtora responsável tem que ser pernambucana, além de ter codiretor, co-roteirista e coprodutor pernambucanos.
“Temos uma política incrível de democratização do acesso, com pontuações diferentes para mulheres, negros, indígenas e candidatos que vivam longe dos grandes centros urbanos. Enquanto a média nacional de obras dirigidas e/ou roteirizadas por mulheres é de 20,2%, no Funcultura deste anos 46% das obras são dirigidas ou roteirizadas por mulheres. Também há um sistema de cotas para negros e indígenas, que faria com que 20% dos contemplados viessem dessas etnias. Mas eles estouraram as expectativas, e 32% dos contemplados são indígenas ou negros”, afirma, feliz, Milena.