A Spcine divulgou a primeira lista de projetos contemplados pelo Programa de Investimento em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual, da ANCINE (Agência Nacional de Cinema). O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na Prefeitura de São Paulo na última semana.
O evento contou com a presença do Prefeito Fernando Haddad, do Secretário Municipal de Cultura Nabil Bonduki e da diretora da ANCINE Rosana Alcântara. O diretor-presidente da Spcine, Alfredo Manevy, apresentou os números da primeira etapa do Programa de Investimento e sua importância na política da empresa para o desenvolvimento do setor audiovisual paulista.
O secretário Nabil Bonduki lembrou a implantação do Circuito Spcine de Salas de Cinema, projeto da Spcine que vai modernizar salas de cinema em CEUs e centro culturais da cidade. Serão 20 salas distribuídas por toda a cidade, a maior parte em lugares onde não existe nenhuma sala de cinema.
Ao todo, 30 longas-metragens foram habilitados pelas linhas de fluxo contínuo, responsáveis por tornar o processo de seleção mais ágil e dinâmico. O aporte total de R$ 12,7 milhões, tanto para produção (Linha 3) como para distribuição (Linhas 2 e 4). Os longas chegam às telas de cinema a partir de agosto.
A novidade destas linhas de financiamento, além do apoio à comercialização e lançamento, é o equilíbrio entre critérios culturais/artísticos e econômicos – há possibilidade de retorno financeiro para a Spcine. Como os recursos não são a fundo perdido, a empresa participará de receitas e bilheterias no cinema e em outras janelas.
Para Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine, o ponto alto está na aposta de um novo modelo de financiamento que articula produção e distribuição. “A Spcine inova ao contemplar uma carteira diversificada, com filmes de pequeno, médio e grande orçamento”. “Os investimentos levam em conta os impactos artístico e cultural e a possibilidade de resultado econômico nas bilheterias e também na chamada cauda longa – internet, VOD, vendas internacionais”, completa.
Sobre a escolha dos projetos, Mauricio Ramos, diretor de Desenvolvimento Econômico da Spcine, esclarece: “o processo de seleção ocorreu de forma eficiente atendendo a expectativa do setor, respeitando sobretudo a pluralidade do cinema paulista”.
Os editais solicitaram aos distribuidores dos filmes um compromisso de lançamento mínimo no circuito exibidor. E segundo o acordo, as produções contempladas estarão em aproximadamente 3 mil salas de cinema pelo Brasil, sendo 1.635 até o primeiro trimestre de 2016 e 1.344 até 2017. Em 2013 e 2014, o cinema paulista – antes da criação da Spcine – ocupou respectivamente 2.200 e 3.560 salas brasileiras.
“O compromisso de lançamento em exatas 2.979 salas já na nossa primeira ação, sendo 35% superior ao ano de 2013 inteiro e apenas 16% abaixo do ano de 2014, é surpreendente. Podemos estar diante de uma nova fase de ocupação de mercado do cinema paulista”, afirma Rodrigo Guimarães, gerente de Desenvolvimento Econômico da Spcine.
Em termos conjunturais, o investimento destas linhas contribuirá para a produção e distribuição de filmes cuja soma de orçamentos é de R$ 74 milhões. A alavancagem de recursos para o setor audiovisual paulista – e para a economia da cultura da cidade e do estado de São Paulo – será de R$ 5,83 para cada R$ 1 investido pela empresa.
Filmes
“São Paulo tem uma tradição fortíssima autoral, aqui bem representada, e um movimento recente de buscar narrativas e gêneros que mobilizem públicos, o que é relevante também para o desenvolvimento econômico e social da atividade”, afirma Manevy.
Embora a lista da Spcine esteja consolidada, as inscrições não se encerraram completamente. Ainda há R$ 50 mil disponíveis para a Linha 2, voltada para distribuição para filmes de pequeno e médio porte, e R$ 250 mil para a Linha 3, de produção de longas-metragens.
O Programa de Investimento ainda tem mais duas etapas previstas para os próximos meses: o resultado da linha seletiva (Linha 1) – com investimento total de R$ 7 milhões – e o edital de conteúdo para TV e plataformas digitais – com investimento de R$ 10 milhões.
Com aporte de R$ 2,95 milhões, a Linha 2 aprovou 19 longas-metragens. As distribuidoras proponentes receberam de R$ 100 mil a R$ 400 mil por projeto com garantia de lançamento entre dez e 100 salas de cinema.
Com aporte de R$ 5,7 milhões, a Linha 3 aprovou sete projetos. O segmento concedeu até R$ 1 milhão para a produção de longas-metragens com compromisso de lançamento em, pelo menos, 200 salas. Além disso, investiu R$ 500 mil em projetos com previsão de estreia entre 100 e 200. Segue a relação das obras.
Quatro foram os aprovados na linha 4, voltada para distribuidoras de todo o país, desde que associadas a uma empresa paulista. O contrato prevê lançamento em, no mínimo, 300 salas, e investimento de R$ 1 milhão em publicidade.
Linha 1
Em abril deste ano, a Spcine lançou as inscrições para a Linha 1 do Programa de Investimento, que, ao lado das Linhas 2, 3 e 4, compõe o arco de aporte ao cinema paulista, cujo valor total é de R$ 20 milhões. Voltada para produção de obras de ficção, documentário e animação, o edital recebeu 262 inscrições. Seu valor total de investimento é de R$ 7 milhões. O resultado dos aprovados deve ser anunciado em outubro de 2015.
Edital para conteúdo de TV e plataformas digitais
Está previsto para o próximo mês o lançamento do edital para conteúdo de TV e plataformas digitais, cujo valor total de investimento é de R$ 10 milhões. A proposta é selecionar obras como séries de TV, telefilmes, webséries e projetos de VOD e OTT. Este edital, a Linha 1 e as de fluxo contínuo compõem o valor total de R$ 30 milhões do Programa de Investimento Spcine/Ancine.
Veja a lista com todos os contemplados: