Jeff “Swampy” Marsh e Dan Potenmire tiveram de frequentar sessões de pitching por 13 anos até que Phineas & Ferb fosse finalmente aceita por uma rede de televisão, e mesmo depois desse período teve de esperar mais nove meses. “Dan estava tentando emplacar outro programa na Disney quando me perguntou se eu tinha alguma coisa. Nove meses depois, a Disney ligou dizendo que queria o show”, explicou o desenhista e cocriador da série no RioContentMarket.
O desenho animado estrearia em 2008, mudando completamente o que se esperava no Disney Channel, que não queria mais ser considerado um canal “para meninas”. “Achavam que seria muito complicado para as crianças, mas insistimos no formato”. Phineas & Ferb conta a história de dois irmãos de pais diferentes, que tentam se divertir o máximo possível durante as férias de verão. No entanto, cada episódio de 11 minutos tem três tramas paralelas, e, obrigatoriamente uma canção autoral, composta pela dupla criadora.
Entre os diversos pontos revolucionários para o canal está o uso da palavra “divórcio” em um programa para crianças. “Fomos a primeira série na Disney que usou a palavra divórcio. Acontece que eu venho de uma família na qual minha mãe se casou sete vezes! A Disney não deixava usar, mas esse é um assunto tão comum, e deveria ser tratado de maneira natural. E muitas vezes já me disseram obrigado por tratar desse assunto com carinho”, contou Marsh. A liberdade autoral de Marsh e Potenmire também viabilizou piadas que não seriam, de qualquer maneira, destinadas a crianças. “Se a criança não pegou a piada, talvez os pais a entendam, e seus filhos podem perguntar do que se trata. Obviamente, não colocamos coisas inapropriadas, mas já brincamos com Nietzsche”. “Tentamos fazer um humor que não subestima as crianças, e ao fazer isso, fazemos um programa para toda a família. Criamos bons personagens, que não se apoiam em piadas bobas”