TV Cultura anuncia abertura de três novos canais ainda para 2014

Em debate sobre a “Programação da TV Pública”, neste segundo dia de RioContentMarket, o presidente da TV Cultura, Marcos Mendonça, anunciou a abertura de mais três canais do grupo, sendo dois para a TV fechada e um na plataforma digital. Os canais a cabo terão programação voltada para a exibição de conteúdo musical e documentários. Já o canal digital será provido de conteúdo educacional, com foco no ensino fundamental. “Este ano vamos abrir três novas faixas e vamos precisar de conteúdo”, avisou. “Vamos recuperar o acervo de música da TV Cultura, que é enorme, mas também teremos conteúdos novos, que vamos buscar junto aos produtores independentes. Precisamos de produtos de qualidade para manter uma programação de 24 horas”.

A Cultura já tem um canal de educação no ar, a TV UNIVESP, gerida em parceria com universidades, e que tem como base o ensino à distância. “Na TV que estamos criando, essa programação será voltada especificamente para a educação básica. Portanto, a Fundação Padre Anchieta precisa muito da colaboração de vocês”, disse Mendonça para a plateia formada por profissionais do audiovisual. Em outubro de 2013, a programação da TV Cultura foi apontada como a segunda melhor do mundo, de acordo com a pesquisa International Perceptions of TV Quality, encomendada pela rede britânica BBC, que avaliou a grade de emissoras de 14 países. E a série “Pedro & Bianca”, exibida pelo canal, ganhou o Emmy Kids Internacional como melhor série de 2013.

Segundo Mendonça, a abertura faz parte da estratégia da emissora de abrir mais espaço para produções independentes. “Precisamos abastecer pelo menos dez horas diárias de produção de conteúdo. Temos uma grade variada de programação e, por isso, fizemos um convênio com a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (BRAVI) e outro com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Nesse segundo, o intuito é custearmos programas juntos com a EBC ou mesmo dividir os custos de produção própria”.

O presidente da EBC, Nelson Breve, também participou da mesma mesa, que ainda contou com relatos sobre o funcionamento da TV pública na Dinamarca – com Anders Leifer, Executivo Sênior de Aquisições da TV2 –, no Chile – representado por José Miranda Montecinos, Produtor Executivo da área de programação estrangeira da Televisión Nacional de Chile – e norte-americana (Charles Schuerhoff, Diretor de Aquisições Internacionais da PBS). “A palavra ‘negócios’ costuma assustar quando é associada à TV pública. Mas precisamos ir atrás de recursos próprios, sem ficar só reclamando”, conclamou Breve.

Apresentando modelos variados de gestão de TV pública, a mesa foi mediada por Gabriel Priolli, Suplente do Conselho Fiscal da BRAVI, produtor independente e consultor de comunicação. Logo no início de sua fala, ele destacou os desafios deste modelo de TV: “temos que encontrar programas de qualidade artística, relevantes para a formação intelectual e que, ao mesmo tempo sejam atraentes e, portanto, gerem audiência. Em um segundo nível, há o desafio gerencial, de trabalhar com recursos insuficientes para a necessidade da TV pública. O terceiro ponto é a própria sorte. Se a emissora pública errar na programação, as chances de conseguir consertar são pequenas e demoram demais”.

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